O bom de assistir fitas sem ler sinopse é que aumenta as chances de imprevisibilidade, passa a compreendê-las com alvura, avaliar como propriamente são, sem falsos julgamentos. Um filme que desde o começo e alguns minutos, nada promete, chegando a ser um tanto monótono e desencorajador, porventura pela música, que parecia ilustrar, talvez propositalmente, a candidez, fragilidade acolhedora e tédio da época. Entretanto, as coisas ganham rumo surpreendentemente agradável, cômico, crítico e envolvente, fazendo questão de tratar cada camada como complemento, que se desenvolve aos poucos, nos fazendo rir pela singeleza e familiaridade que cada uma delas apresenta, um sutil convite ao intercâmbio dos espectadores, cujo diálogo humorístico e inteligente nos mantêm descontraídos em todo o seu percurso. A premissa informal também serve como base para zombar, mesmo que levemente, o ritmo de vida das mulheres na República Tcheca, em Praga. Numa fase em que elas eram em quantidade enorme para cada homem e viviam aflitas pela busca do rapaz certo, como é bem patente, várias seguiam deprimidas por não terem sucesso no casamento. Alguns homens reconheciam essa situação e buscavam tirar proveito, principalmente das mais jovens e das mais carentes. Outro detalhe que me chamou a atenção foram as cenas de nudez, achei bastante expressivas para o tempo, inclusive nessas cenas criaram em mim um considerável desdém pela protagonista. Bom, assistam e vocês saberão.
“Os Amores de Uma Loira” vale a pena ser visto por todas essas razões citadas. O final é lindo e com uma trilha que com certeza todos vocês já ouviram em algum lugar, representando muito bem o lúgubre do estado da mulher em função de um homem, tediosamente oxigenado.
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